Quando olhei a terra ardendo com a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu
Por que tamanha judiação?
Eu perguntei a Deus do céu
Ai, por que tamanha judiação?
Que braseiro
Que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d´água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por falta d´água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a Asa Branca bateu asas do sertão
Entónce eu disse Adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Entónce eu disse Adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Quando o verde dos teus olhos se espalhar na plantação
Eu te asseguro, não chore não, viu
Eu voltarei, viu, meu coração
Eu te asseguro, não chore não, viu
Eu voltarei, viu, meu coração
Já faz 3 noites que pro Norte relampeia
A Asa Branca ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas e voltou pro meu sertão
Ai ai, eu vou-me embora, vou cuidar da plantação
Já bateu asas e voltou pro meu sertão
Ai ai, eu vou-me embora, vou cuidar da plantação
A seca fez eu desertar da minha terra
Mas felizmente Deus agora se alembrou
De mandar chuva pra esse sertão sofredor
Sertão das muié séria, dos homi trabaiador
De mandar chuva pra esse sertão sofredor
Sertão das muié séria, dos homi trabaiador
E nos correr das cachoeiras tão zoando
Terra moiada, mato verde, que riqueza
E a Asa Branca tarde canta, que beleza
Ai ai, um povo alegre, mais alegre a natureza
E a Asa Branca tarde canta, que beleza
Ai ai, um povo alegre, mais alegre a natureza
Revendo a chuva me arrecordo de Rosinha
A linda flor do meu sertão pernambucano
E se a safra não atrapalhar meus planos, que que há
ô seu vigário, vou casar no fim do ano
E se a safra não atrapalhar meus planos, que que há
ô seu vigário, vou casar no fim do ano
Composição: Luiz Gonzaga