Da vez primeira em que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha
Depois, a cada vez que me mataram
Foram levando qualquer coisa minha
Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada
Arde um toco de Vela amarelada
Como único bem que me ficou
Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arrancar a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai
A luz de um morto não se apaga