Costa de mato, beira de sanga, boca da noite
Vai o tropeiro, parando a tropa, para um descanso
Ascende o fogo, prepara o mate, arruma a cama
Que a caminhada tem muitos dias de passo manso
Quartos de ronda, bem divididos, varando a noite
Olho no vento, espia o tempo, enquanto assobia
Sobre os pelegos, dorme o tropeiro, envolta do fogo
Enquanto a tropa, descansa um pouco do longo dia
Pouso de tropa, cenário sulino campeiro pouso de tropa
Pouso de tropa descanso pro velho tropeiro pouso de tropa
Noite cerrada, longe de casa, e do aconchego
Campeando o sono, põe-se o tropeiro a meditar
Enquanto a tropa vai, se deitando, vem o sossego
E amanhã cedo, volta a estrada, o dia clarear
E lá se vão homens e bois, estrada afora
Foram-se embora, vão, prosseguindo sua jornada
Só restam marcas, ainda vivas, destes andantes
Onde esta tropa, que vai adiante, fez a pousada
Pouso de tropa, pouso de tropa