Levanta de manhãzinha lava a cabeça na tina
Dá um beijo na menina que dorme feito criança
E antes de selar o seu cavalo reza um breve padre nosso
Segreda a Deus um bom dia e começa a vida mansa
Depois pega a montaria e lá vai o cavaleiro pro trabalho
Louvado seja esse homem do sertão
Com muita força no braço e uma boca sorridente
Trabalha como quem sonha cantando um lindo refrão
Vou chorar
Ananaê nanana
Ananaê nanana
Ananaê nanana
Enquanto o homem trabalha
Sua sombra embaixo dos pés avisa que meio dia
É hora da refeição, e lá vem o homem de volta
Ele e sua montaria cinzentos que nem tardinha quando cheira a temporal
Ele faz o seu repasto
Ele e sua menininha caprichosa
Depois cochila na rede do quintal
Mas antes que alguém lhe chame levanta feito valente
Eita homem consciente, vai de volta pro sertão
Vou chorar
Ananaê nanana
Ananaê nanana
Ananaê nanana
E de novo no trabalho juntinho da natureza
Percebe toda beleza que existe sobre o céu
Já viu uma flor nascendo, viu de perto a cobra grande
Já viu o Sol tendo medo fugindo do temporal
E de repente é seis horas e o silêncio dessa vez se faz presente
Meu Deus como existe respeito no sertão
Nem passarinho canta
Nem boi muge nessa hora
E toda a natureza eleva a Deus sua oração
Vou chorar
Ananaê nanana
Ananaê nanana
Ananaê nanana
Lá vem o homem de volta
Ele e sua montaria sorrindo que nem o dia quando acorda satisfeito
Ele pensa a sua amada mimosa fazendo dengo e de seu lado
Meu Deus como é bom amar nesse sertão
É isso que homem contente que nunca ficou doente
Não sabe o que é mentira e num sabe o que é solidão
Vou chorar
Ananaê nanana
Ananaê nanana
Ananaê nanana