Saí do meu trabalho muito aborrecido
O meu patrão está quase falido
Ele abaixou meu ordenado
Meu senhorio está desesperado
Não vê dinheiro desde o mês passado
No armazém eu fiquei atrasado
O meu salário já foi reduzido
Estou perdido
Veja você, no quitandeiro eu devo vinte e cinco
Pago quando pudê, devo e não minto
No açougueiro eu devo quarenta
E essa conta justamente me atormenta
E dois mês de casa a razão de trinta
Divido o leite, deve a prestação
Somando a conta e vorta tudo no cento e cinquenta
Eu vou mandá você somá pra vê se dá
Saí do meu trabalho muito aborrecido
O meu patrão está quase falido
Ele abaixou meu ordenado
Meu senhorio está desesperado
Não vê dinheiro desde o mês passado
No armazém eu fiquei atrasado
O meu salário já foi reduzido
Estou perdido
Veja você, saí do fogo e caí na água quente
Minha nega não vai muito pra batente
Gosta de comer muito engordurado
E desta vez eu não dou conta do recado
E na padaria tô endividado
O meu peixeiro e o meu carvoeiro
Foram os primeiros a ficar lesado
Devo e não nega, minha vida à Deus entrego
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)