Eu faço muito esforço, eu já não tenho calma.
Eu vendo o meu corpo, alugo a minha alma.
Eu já tô quase morto com tudo que me falta.
Antes um garoto, agora jaz um homem.
Eu ando todo escroto, e tudo me consome.
Com um sorriso maroto, na barriga uma fome.
Até se o diabo vir me procurar,
e minha alma quiser comprar,
quem sabe tem um jeito de negociar,
porque do jeito que tá não dá.
Na confiança não sou crente, porque eu não confio nela.
Todos aqui mentem, pois aqui é uma selva.
Dormia em cama quente, agora só na relva.
Usando entorpecente, mas com muita cautela.
Pra ver se fico ausente ou com uma sequela.
Eu não tô consciente, eu tô caído na viela.