É só uma ponta, mas ainda queima
A gente se comunica e ignora a luz
Através das nossas partículas
E o que é consciência ou vida?
Se pra cada sonho, uma estrela
A cadência forraria o céu
Nada se toca, mas está tudo ligado
E cada passo reverbera no coração do universo
E vice versa
A reação e a ação numa tênue
De caminhos opostos
Enquanto mortos, vivemos pra não despertar
Com as batidas na porta do peito
Rotulamos o modo de pensar
E transformamos a dialética e misseis
Partidos ou quebrados
Opinião até o ponto que te mata
Em todo caso, aversão
Teus olhos, nus e descalços
Que dançam conforme a luz
Dispostos, expostos a tudo o que há de ver
Me mostro todo nu
Teu corpo junto ao meu
Eu vou conforme a luz
Meu corpo junto ao teu
A melhor herança que posso deixar
São minhas lembranças guardadas em metáforas
Cobertas de dúvidas
Mas aquecem, se não os corpos
As mentes
Queimando qualquer certeza que me venha posta
Por essas bolhas sociais viajaremos
Em bolhas de sabão
Indiferentes as todas as diferenças
Sempre sensíveis
Dos tombos aos primeiros passos
Contrários aos que acham
Que o que tem valor é o que tem preço
Desmereço tudo o que não traz apreço
O meu afeto vai desde o feto até os insetos
Que, da terra, se alimentarão de nossos corpos
Que minha energia viaje pelo cosmos
E o resto de mim pegue carona com o vento
E se espalhe por onde melhor convir ao acaso