vem, vem, vem, vem morena
vem dançar
nessa noite o veneno é
balançar
carnaval noite inteira
vadiar
cai em mim cirandeira
cirandar
acende o candeeiro
com teu fogo e ilumina
a sede do teu corpo moreno
molhado a bailar
canga semitransparente não mente
rijos balangandãs
varando madrugada adentro
desmaio manhã
que intimidade é essa
a minha e a tua
no verão nessa floresta
onde somente a lua
entre uma e outra fresta
nossa festa cultua
meu pelo pela tua pele
bocas buscam provar
segredos de floresta morena
vou te desbravar
no cume da montanha
deu a brincadeira
cravados despencamos
de uma cachoeira
nós dois em queda livre
num cenário surreal
ninguém jamais viveu oh morena
loucura igual
a um beijo e a um afago no peito
a queda deu lugar
na mansidão de um lago em seu leito
vamos descansar