Os teus olhos são caminhos,
onde eu já me perdi
As tuas faces são faces disfarces
Por isso não pude te seguir...
Não cubra o que eu não posso encobrir
Já que não podes me aceitar
O escuro esconde a minha lágrima
mas não consegue me encontrar
Sinto as marcas nas minhas mãos
e a fuga no agitado mar
Tenho rugas no meu coração
E o barco não pôde me esperar
Nunca vejo a porta se abrir
nem ao menos dar sinal
Imploro e renego a minha confissão
Me sinto uma árvore do mal
De braços fechados fico a esperar
alguém que possa me reconhecer
Mas eu não posso me deixar levar
pela indiferença ao meu ser...
Sinto os grãos na minha boca
E o encanto no impossível
Sinto a fratura nas minhas costas
e sinto a minha morte intransferível...