Paranoia me ensina todo dia
Que não é só porque você vê que quer dizer que está lá
Consciência prega peças
Preces essas que prego em nome da minha sanidade,
sobriedade eu não conheço mais
Não diga que não sou capaz,
Você não me conhece
Quem é você pra me dizer?
Você não me conhece
Na memória ventania dessas horas
Que sopram só coisas que eu lembro mas não sei se eu vivi
Que dilata minha pupila, me alucina
É o torpor que dá nó na cabeça pra não deixar a ideia cozinhar
Não diga que não sou capaz,
Você não me conhece
Quem é você pra me dizer?
Você não me conhece
Eu quero álcool, eu quero sangue,
Eu quero cor pra colorir minha visão tão preta e branca
Quero enxergar, quero sair
Eu quero dança, eu quero riso,
Eu quero as luzes de Paris
Eu quero as coisas mais bonitas que esse mundo já produziu
Quero perdão pela vaidade e o egoísmo que é ser feliz
Eu quero a fé dos doentes, dos moribundos - e resistir!
Pela incerteza do amanhã, a imprudência, o pueril
Quem sabe os vermes poupem a alma do corpo que tanto serviu
Não diga que não sou capaz,
Você não me conhece
Eu venho ao mundo todo dia
Você só envelhece!
Você não me conhece, você não me conhece!