Nesta Viola eu canto magoado
Canto enraivado e é com razão
Me lembro da seca lá do Nordeste
Pois o cabra da peste ta de pé no chão
Nesta viola eu dou a minha prova
E nessas trovas eu dou a minha mão
Ao Nordestino deitado na rede
Morrendo de sede, de peste e de fome
Oh! Oh! DEUS faça
Chover no meu Nordeste
Pois o cabra da peste
Ta de pé no chão
A longa seca castiga o Nordeste
E o sol agreste estorrica o chão
E o gado triste deitado ao pó da terra
Com sede e fome berra sem alimentação
A terra seca o chão estar vermelho
A chuva não veio não tem plantação
E a busca D’água demora o dia inteiro
Pois o Burro Cargueiro não rompe o areião
Oh! Oh DEUS faça
Chover no meu Nordeste
Pois o cabra da peste
Ta de pé no chão
Se por acaso pras bandas do norte
Ouço por sorte algum trovão
Eu peço a DEUS derrame a garoa
Nas terras tão boas, lá do meu sertão