Como pode um menino carente de amor
Crer no além do infinito ou num mundo melhor
Suas lágrimas caem na relva e a dor
Se desmancha em sorrisos de fome e sem cor.
Numa noite estrelada e fria, sonhou
Com o pão do lixeiro da grande mansão
No jardim entre as flores, na casa de um cão
No seu lar aquecido, era gente então.
Se alguém me pedir, para ser normal
Que me mostre a vida, que me ensine a amar
E então serei, o que for capaz
Um homem comum, ou talvez bem mais.
As pessoas trocaram as armas e a cor
Por jornais e mentiras, palanques tv
Nas escolas nos campos se fala de amor
E as flores venceram mas nada mudou.
No murmúrio do vento ou na suave canção
No bramido do mar, no infinito anil
Ainda ecoa o grito de algum coração
Que te pede implorando, ame mais o brasil.
Se alguém me pedir para ser normal
Que me mostre a vida, que me ensine amar
E então serei, o que for capaz
Um homem comum, ou talvez bem mais.
Se alguém me pedir para ser normal
Que me mostre a vida, que me ensine amar
E então serei, o que for capaz
Um homem comum, ou talvez bem mais.
(obs.: esta música fez parte do festival da canção inédita da associação banestado sendo inscrita em 22/09/1991)