Margarida vai à fonte
Vai encher a cantarinha
Brotam lírios pelo monte
Vai à fonte e vem sózinha
Seus olhos verdes risonhos
Nunca poisam em ninguém
Parecem viver de sonhos
Mais vagos do que risonhos
Mas são risonhos também
Tão pequena a casa dela
Fica à beira do caminho
E os canteiros da janela
Envolvendo a casa dela
Têm aroma a rosmaninho
Tão mimosa e delgadinha
Na forma do seu andar
Lembra um voo de andorinha
Quando passa de tardinha
Quando gira devagar
Linda flor desconhecida
Que o Sol beijou ao nascer
Deixa-te estar escondida
Margarida, Margarida
Nessa paz do teu viver