Ai terra da minha gente
Trigueira de solidão
A tua voz tão presente
Grita dos campos do pão
Mas grita como quem canta
Os silêncios do pastor
Quando a alma se agiganta
Morremos quase sem dor
Mas não morremos sozinhos
Nem chegamos a morrer
Que os cheiros dos teus caminhos
Nos obrigam a viver
A viver como quem molha
A boca seca num beijo
Ai terra que se desfolha
Ai pranto chão, Alentejo!