Eu vou embora, fiquem em paz, amém
Eu falo sobre o lado obscuro da vida
Eu verso sobre os últimos momentos
do homem que não vê saída
Não me venha dar soluções que nem você experimentou
Eu quero que se foda as pessoas que acreditam no amor
Que só mostrou para mim, que apenas o ódio vale a pena
Ele te dá energia necessária
para resolver os seus problemas
Dessa vez foi mais um que apenas precisou de uma corda
Não aguentou a decepção, se enforcou e foi embora
Não hesitou, apenas se matou e cumpriu o prometido
Pulou da ponte e não fez questão de fazer o último pedido
É engraçado os contrapontos que são dados para inibir
O desfecho daquele que diz que desse mundo vai partir
Eles dizem que existem pessoas
que sofrem mais do que a gente
E que seguem simplesmente, são pessoas deficientes
Mas não existe comparação
entre esses tipos de patologias
Eu considero que a doença mental
é a mais perigosa e mais nociva
Quem é você para julgar e dar algum tipo de veredito?
É apenas mais um conformado, escravo do eterno ciclo
Me deixe em paz se não tem saída
e eu sei que você não tem
Não me iluda mais uma vez
dizendo que tudo vai ficar bem
O portal vai se abrir
talvez não seja isso que todo mundo fala
Mas se não for não faz diferença
eu desisto, jogo a tolha
Já lutei até demais contra algo que eu não vou mudar
Eu nasci com defeito de fabricação
não consigo controlar
Quando deito na minha cama
as imagens logo vem na mente
Cenas de pessoas mortas, enterradas
indigentes
A procissão dos malditos mortos
por que será que eu penso assim?
Ninguém vai entender
acho melhor mesmo dar um fim
O mundo vai continuar girando
e as pessoas vão vivendo
No máximo aquele desgosto
por não entender o que está acontecendo
Nós transpassamos uma imagem mentirosa
quando sorrimos o tempo todo
para disfarçar a alma dolorosa
Não tem lugar para mim aqui que eu tentei
Eu vou embora, fiquem em paz, adeus (bis)