A vi-da tem me da-do prazer
Mas é que nun-ca che-ga
Eu quero mais !
Di-ver-si-da-de e quan-ti-da-de
Vou me tratar
Mas acho que isso na-da vai mu-dar
Se me levar pra lá
Coitada ‘enfermeira pra me aguentar
Mas que seja sozinho, ou mesmo com a
Playboy da Henriquieta
E eu já vou me dar bem
Molhadinha ou sequinha, pra mim tanto faz
Faz! Faz direitinho
Afi-nal de contas eu tô doentinho
Andam dizendo que isso é doença
Tem louco pra tudo
Mas isso é questão de crença ultrapassada
Ah! que gente limitada!
Penso nisso toda hora, todo dia
Perco meu emprego pela sexomania
Michael Douglas
Não é normal
Parece brincadeira onde ele já meteu
A vida , desregrada agradecida pelo sexo...
Não chore e venha receber o meu amplexo.
* * *
(Poesia de Carlos Drummond de Andrade falada durante orquestração instrumental):
A castidade com que abria as coxas e reluzia sua flora brava
Na mansuetude das ovelhas mochas
e tão estreita, como se alargava
Ah, coito, coito, morte de tão vida
Sepultura no musgo sem dizeres
eu não era ninguém e era mil seres
em mim ressuscitados. Era Adão,
Primeiro gesto ante a primeira negritude do poço feminino
Roupa e tempo jaziam pelo chão
E nem restava mais o mundo à beira dessa moita orvalhada
Num destino.
(repete riff inicial)