Numa manhã de setembro
Ouço um alvoroço no potreiro
Cuscos acuando lá da mata
Tem algo de estranho acontecendo
Vem chegando uma cavalaria
Alguém grita “É a revolução!”
Encilhe o seu cavalo, meu rapaz
E venha defender este teu chão
Notei uma ansiedade em seu rosto
E ele percebeu minha tristeza
Pegou a velha daga do seu pai
E o crucifixo ali na mesa
Tirou o seu chapéu, beijou minha mão
Meu coração em prantos se esvaía
E assim passaram-se os anos quase eternos
Em que eu carreguei essa agonia
Mas eu ouço alguém bater na porta
Sinto que a esperança não está morta
Quase não enxergo mais direito
Vejo uma medalha no seu peito
É meu filho, é um sonho, meu filho...
O meu coração não suportava mais sofrer
E eu queria vê-lo ainda antes de morrer
E a saudade que me pealou o coração vai embora
Porque agora eu já tenho quem outrora se foi
[Declamado]
Tirou o seu chapéu, beijou minha mão
Meu coração em prantos se esvaia
E assim passaram-se os anos quase eternos
Em que eu carreguei
Em que eu carreguei essa agonia"
Mas eu ouço alguém bater na porta
Sinto que a esperança está morta
Vejo uma medalha em suas mãos
E alguém me fala com emoção
“Morreu seu filho... como herói, seu filho...”
O meu coração não suportou tanta aflição
E eu fiquei olhando o crucifixo na mão
Então eu percebi que era sonho e ilusão
Porque o filho que eu amava,
Não voltava...
Não voltava...
Não voltava...
Não voltava...
Não voltava...
Não voltava...
Não voltava...
Não voltava...