(Railam)
Deus, tire a visão de quem me vê com maldade / deixe
preso os que me tiram a liberdade
Acabe com quem atravessa a minha reta / queime a
língua de quem me cagueta
Esse é o pensamento de quem se deu mal na mão / de PM,
de boy, cagüeta, vacilão
Se Jesus voltar pra terra como favelado / pode crê até
ele vai ser discriminado
Favela é senzala no meu ponto de vista / onde mora os
negros e os anti-racista
Quem mata famoso o Brasil malha / quem me matar vai
ganhar uma medalha
É malhado no Brasil quem mata playboy / quem mata um
de nós é visto como herói
O governo investe pro gringo ficar seguro / mantendo o
pobre brasileiro atrás de um muro.
Refrão:
O que tô cantando e escrevendo / é realidade eu não
invento
Sou pobre, humilde, discriminado / liberdade não é pro
favelado.
(Layra)
Vejo a liberdade como a ave lá no céu / como o alvará
libertando mais um reu
O Brasil protege o italiano o alemão / o pobre na
favela fica na mão
Aprendi a viver, já sei quem é quem / você não vale o
que é, você vale o que tem
Cuidado aonde pisa se não você afunda / pra não virar
manchete de A Tribuna
Com a cara toda furada / ou pego por assalto a mão
armada
Ou pego por matar algum vacilão / e mais tarde vai
estar dentro de um caixão
Tente fugir do crime, desses vacilo / tente na
humildade andar tranqüilo
Só quero na vida sempre estar ativa / na humildade me
manter viva.Assim...
Refrão:
O que tô cantando e escrevendo / é realidade eu não
invento
Sou pobre, humilde, discriminado / liberdade não é pro
favelado.
(Murilo)
Aqui pela raça e classe social / o mano é chamado de
marginal
Só quero ficar longe dessa maldade / racismo,
segregação, isso sim é sociedade
100 % dos detentos são favelados / produto higiênico,
colchão, nada disso vem do estado
Detento custa caro segundo diz o governo / se minha
mãe traz meu jumbo pra onde vai o dinheiro
Destinado ao sistema carcerário / não vai para o nós e
sim pra conta de um otário
Colarinho branco, prefeito, deputado / e quem paga
isso tudo é o favelado
Que trabalha sol e chuva e elege político /
infelizmente o povo não se importa com isso
Enquanto o povo não enfrentar o opressor / serei
locutor do sofrimento e da dor.
Refrão:
O que tô cantando e escrevendo / é realidade eu não
invento
Sou pobre, humilde, discriminado / liberdade não é pro
favelado.