Te acomodo sobre o lombo
Para exaltar tua vivência.
És do andar, da cadência,
Do suor do trote ou “arrombo”,
Quando ao galpão, eu descambo
Depois que a lida se finda,
Não há pintura mais linda
Quando tua estampa “desmaia”,
Sobre a porteira da baia
Com cheiro da lida, ainda.
Trançado feito de lã,
Velo que guarda anseios,
E junto ao resto “do arreio”
Sabe das lidas o afã.
Bem mais que minha fé cristã
Sustentas pingo e campeiro,
Suadouro sagrado, aceiro,
Que a todo gaúcho entrona.
E entre o dorso e a carona,
Vais campereando, baixeiro.
Desde os primórdios do tempo
Foste a encilha mais pura,
Dos guapos índios charruas,
Que montavam sob os ventos.
Sem parceiro pra um alento...
Andavas só, meu baixeiro.
Dos avios és pioneiro
Perpetuando, funcional.
Por isso és fundamental
Pra um andar mais altaneiro.
Por ter real importância,
Sempre te trato por nobre,
Manto sagrado que cobre
Altares de estrada e estância.
Proclamo com eloquência
Enquanto monto ou apeio,
Que em ti está o meu esteio,
E tua poesia se firma,
Ao saber que é a tua sina...
Ser bastidor dos arreios.