Sou da noite um filho noite
E traga a noite na alma
Na pele, o sangue das mãos
As estrelas são mais fortes
Parecem dar outros nortes
Às ruas do coração
É a noite que me serve
De refúgio aos sofrimentos
Que a memória quer esquecer
A razão nada de deve
Sou filho dos pensamentos
Sem vozes de eu entender
É a noite que me cobre
Com seu manto de negrura
Os sentidos dos meus passos
Que loucos, como dois pobres
Querem esquecer a ternura
Que tive nos teus abraços