A sua boina vermelha
(sua de outra, que não dele)
Atraía-o para ela,
Dona e senhora da boina.
Realçava-lhe o cabelo
De oiro puro, o claro rosto
E o nórdico azul dos olhos
Fusão de belo e bom gosto.
Gosto para quem os tinha,
Mais para quem os olhava:
Jovem pequena rainha
De uma multidão escrava
Que a dar-se-lhe por mercê
Sua carta de alforria,
De certo ali a rasgava.
Senhora dona da boina
Vermelha trazida à rua,
Era-o bem de toda a gente,
Inclusivamente sua,
Quota-parte consentida
Por complacência da vida,
Inegavelmente bela,
Complicadamente nua.