Saudades que eu sinto de Raimunda
Que tinha um belo corpo e uma linda alma
Morava Raimunda em Botucatu
E um dia, nem sei porquê, meteu-me o pé na cara
Tristonho, procurei o Pai, o Seu Lacerda
Ele, zangado, me mandou atrás dela
Fui encontrá-la conversando com o Rocha
Que ao ver-me, disse logo: Como vai, seu velho descarado?!
E assim, iniciamos o noivado
Um dia Raimunda se casou comigo
E quase se consuma meu maior fracasso
Raimunda foi pedir ao meu maior amigo
Que, por favor, tirasse o seu retrato
À noite, ela me olhando muito tiririca
Me disse: é bem pequena a sua camisola!
E quando eu vi que a coisa tava preta
Pedi que ela tocasse, ao menos, a vitrola!
Raimunda, furiosa, nem sorriu
Com lágrima nos olhos, para mim, partiu
E me mandou pra ponte que caiu!