Nega Ana:
Vou chegando
Vou rimando / Sai da frente
RAP consciente / Invadindo sua mente
Mulher tomando espaço
Rapa, não esquente
Chega de ver, bunda balançando
Eu quero ver a mulherada com as suas ideias cantando
É, tamo aí, tamo tudo unida
RAP Feminino pra cada rima
Pare e reflita
Reflita na história / Cantada pela cumade
Que diante dos problemas não se abate
Chega, invade / Não pede passagem
Microfone na mão tá aí a irmandade
Demarcando território no Hip Hop pela igualdade
Dona Kilza:
Então vejam só
Nos muros da cidade têm Grafite Feminino
Com toda intensidade
Traços, cores, arte, no muro
Rabiscos em papéis
VIrou desenho lúcido, lúdico em fim
Tá conscientizado, tá aí na ativa
Tamo pronta pro arregaço
Grafiteira passa a mensagem sem nenhum embaço
Belbee Gueixa:
Se liga no som, tá no ritmo da dança
Passadas no chão
B.Girls não se cansam
Dançam, alcançam
Tem perseverança
Sexo frágil que nada traz consigo a mudança
A mudança pra acabar
Com a desigualdade
Mulheres do Hip-Hop vamos juntas pro embate!!
Dona Kilza:
A dona risca o disco, viaja no vinil
Scratches, mixagens
Dispara o seu fuzil
Pick-ups equipadas
Mente turbinada
Bomba aparada
DJ é feminina, militante articulada
Se garante, não se arrega
Faz a coisa proceder e sua arte explosiva
Confrontando o poder
O PODER!!!
Refrão:
Pule, dance
Pense com a gente
Mulher no Hip Hop é pura arte consciente
Pule, dance
Pense com a gente
Mulher no Hip Hop é militante coerente
Nega Ana:
Ocupe seu espaço/ Não peça permissão
Mulheres lumpezinas/ Da classe é fração
Prostituta tiazinha que vende doce no cambão
Pirangueira da esquina formada em avião
A mãe desesperada buscando o feijão
Que trampa na bocada por falta de opção
Aquela esquecida, abandonada, violada,
Excluída e jogada, atirada e trancada
No mofo da prisão
Belbee Gueixa:
Tem sangue no olho
Tem disposição
Mulher lumpezina não tem nada não!
E quem não tem nada
Não tem nada a perder, não...
Nega Ana:
Agora é instrumento / Pronta para o arrebendo
Efeito colateral / É bomba explosiva
Combustível que alimenta a Luta Pró-Revolução Social
Sinta a fúria, sinta a dor da mulher marginal
A burguesia, coitada
Na nossa mão, passa é mal
PASSA É MAL!!!
Repete Refrão.