Cantei desabafos, para muitos desaforos
Nossa voz em seus ouvidos ás vezes causa pavor
Pavores da elite ou de quem desacredite
Eu só rumei o que se vive
em meio a um mundo de mesmices
Cantei meu dialeto incorreto, correto pra poucos
Em meio a muitos espertos onde sábios são loucos
Sufocos que passei, em minha voz entoei um canto
Gritei minha alegria e meu pranto por todos os cantos
Cantei o sentimento mais puro
falei do amor, falei flor, falei da dor
Falei também de ódio e rancor
Citei sobre a noite e a chuva que cai lá fora
E agora fica na história gravada em nossas memórias
Cantei sobre a quebrada e aquele amor que eu carrego
Que represento onde eu piso, caminho torto e papo reto
Só canto o que vivo sem obras de ficção
Falsa novela pra quem crê, sem falação e mais ação
Faço minha voz ecoar no ar num simples cantar
Misturei paixão, repulsão, razão nesse caminhar
Expressar, espalhar o som sem cessar
Me perdi em algum lugar, só pra me encontrar
Cantei... Num canto entoei
Rimei em versos simples, caminhei
Sem comprometer as leis, sou a vez
Sem enfeite cantarolei, desenrolei
Sai do tempo da canção... E retornei!
Cai, levantei, exerci no meu tempo silenciei
Guardei versos, versões, desencantei
Gestos refrões aprisionei
Mais uma vez me remontei, juntei os cacos desabafei
No arrebento reinventei e me deixei
Larguei ao vento me inspirei e até duvidei
De onde vem despertei, versar rimando hoje eu sei
Que hei de ser alguém que nunca sei
Opinei, me doei, me achei no presente vivenciei
Coroei momentos até me emocionei
Soprar meus versos enquanto eu falar continuarei
A vibrar pelos gestos, escreverei o que cultivei
No longo trajeto, que me espelhei
Faço minha voz ecoar no ar num simples cantar
Misturei paixão, repulsão, razão nesse caminhar
Expressar, espalhar o som sem cessar
Me perdi em algum lugar, só pra me encontrar