O meu filho me odiará
Como toda sua geração, odiará seus pais
Por viver neste lugar
E não ter feito nada! pra mudar nada!
Para ele apenas restará
Sobreviver num mundo a beira da extinção
Nas noites mais frias suforcar
O ar que lhe falta, tomado pela destruição
O meu filho me odiará
(eu não vou estar lá...)
E não há quem o convencerá
Que houve resistência dos seus pais
Quando para o lado for olhar
E ver pessoas brigando por água
escassa e não-tratada
Sempre é possível escutar
Gritos desesperados, que vagam pelo ar
Gritos que levam até os mais fortes a surtar
Ecoam entre as paredes do abrigo nuclear!
O meu filho me odiará
(eu não vou estar lá...)
Gritos desesperados que vagam pelo ar
Dentro das paredes do abrigo nuclear