Mais uma discussão reverberando pelo corredor
Enquanto ele reza debaixo do cobertor
Ouvindo os gritos do pai
Pediu um pouco de paz aos céus
Disse ao olhar pro céu:
'Só quero a família desenhada no papel
Talvez em preto-e-branco
Eu escolho o pincel
Se parecer desbotar
Eu mesmo posso pintar
Posso, eu mesmo, colorir'
‘Eu aceito um mundo indolor
Onde está meu santo protetor?!
Eu só quero um pouco mais de fé
Pra nunca desistir, pra nunca desistir
(Pra nunca desistir de nós)’
Apenas 9 anos, encolhido no sofá
Tapando os ouvidos pra não ter que escutar
Qualquer mentira do pai
Qualquer promessa de paz em vão
Contos de fadas, não!
Tantas feridas invisíveis por cicatrizar
Quantos sorrisos ele teria que desenhar?
É só ter tinta e papel
Pra que ele alcance o céu?
Se é que o céu vai lhe aceitar