Cai a tarde tristonha e serena
Em macio e suave langor,
Despertando no meu coração
A saudade do primeiro amor.
Um gemido se esvai lá no espaço
Nesta hora de lenta agonia
Quando o sino saudoso murmura
Badaladas da ave-maria.
Sino que tange
Com mágoa dorida,
recordando sonhos
Da aurora da vida,
Dai-me ao coração
Paz e harmonia
na prece da ave-maria!
No alto do campanário
Uma cruz simboliza o passado
De um amor que já morreu,
Deixando um coração amargurado.
Lá no infinito azulado,
Uma estrela formosa irradia
A mensagem do meu passado
Quando o sino tange ave-maria.