cidade aqui
longe de mim
impedindo as mãos
imenso altar
cidade a quem?
se sob o sol eu sou refém da paisagem
vessou, cidade me atra
vessou, cidade me atra
cidade que
a beleza trai
vai lavando as nossas mãos
cidade em mim quer acordar
guardo um dilúvio no meu pulmão
cidade lá, restando ao som das velhas fitas a rebobinar
rebobinar
rebobinar
e retorcer
tudo entorta nesse calor
fundindo os pés
desfigurei na ilusão
meus pedaços vão cobrir o chão
não vai me enxergar
eu sou fração da miragem
cidade, um triz
um mau festim
ciscando em si um triz de mim
me refaço
sempre inteiro
nunca escasso
vessar cidade, vou atrave
vessar cidade, vou atrave