Eu sou querido no céu
Eu sou amado no inferno
Entre o errado e o certo
Eu prefiro ter os dois por perto
Eu sou a luz, sou a sombra
Sou o perigo que ronda
Eu sou a arma da guerra
Eu sou o mar e suas ondas
Ignorado por anjos
Desabafei com demônios
Separei brigas dos 2
Eu sou Deus, sou humano
Eu sou o luxo, e o lixo
Eu sou o limpo e o sujo
Nem duas caras, nem máscaras
Nem em cima do muro
Eu nadei contra a maré
Chão quente, fui a pé
Passos descalço, eu sou Jó, sou Tomé
Eu trago amor trago a paz
Trago milagres e júbilos
Eu sou o equilíbrio, eu mato
Eu roubo eu destruo
Eu tentei me desfazer do ódio
Pensar que a terra era um bom lugar
Mas a real é que ele que move o mundo
Então vamos lá nós matar
Eu tive que aprender, a viver por aqui
Eu conheci o mal, confesso que eu gostei
Minha visão mudou, quem eu sou? Me perdi
Gostei de enlouquecer, mas tive que voltar
Para não causar dor, para não sentir dor
Tive que suportar, querendo capotar
Tive que apostar, ninguém pra acreditar
Virei ao meu favor, derrubei o tabuleiro
O bueiro pro estado, e pros rato travesseiro
Sonho ou pesadelo, uma sexta
Na Lapa lotada chovendo dinheiro
Eu entoquei minha arma, de tanta raiva
Que tava guardada não faltava era alguém pra usá-la (Plá plá)
Eu já cansei de gastar minha energia
Com coisas que eu sabia que não ia andar
Eu acredito que os Deuses abandonaram o barco
Sairam voado ao ver o descontrolado
Estado de calamidade solto entra as cidades, e a sua finalidade
E o que fazer, porque fazer, quando fazer
São coisas que só importam pra mim
E o que fazer, como fazer, quando fazer
São coisas que só importam pra mim
Eu tentei me afogar no ódio
Pensar que a terra não era um bom lugar
E a esperança que ele não move o mundo
Estamos prontos pra recomeçar