LOUCURAS AO LUAR
A GENTE FAZ LOUCURAS AO LUAR,
DEIXA O TEMPO PASSAR...
ATÉ SECAREM AS LÁGRIMAS NA FACE DE OLHAR
VOLTADO PARA O ESPAÇO.
VOCÊ ME DIZ: DÊ-ME SUA MÃO!
E VAMOS CORRER EM DIREÇÃO
À UM SUPOSTO PARAÍSO.
MAS BABY, EU NÃO SEI ONDE FICA ESTE EDIFÍCIO.
VOCÊ ME DIZ QUE NUNCA CANSOU DE PROCURAR
ALGUMA COISA EM ALGUM LUGAR.
PORÉM, A REALIDADE É OUTRA:
SOMOS COMO OSTRAS,
GRUDADAS NOS RECIFES DA MEMÓRIA.
SOBREVIVENDO, SORVENDO LOUCAS.
POLINDO NOSSAS JÓIAS.
PÉROLAS DO DESESPERO
QUE BRILHAM COMO A PARANÓIA.
DOS SEUS OLHOS, ESTE MEDO, E ESTAS RUAS SEM HISTÓRIAS.
A GENTE FAZ SEGREDO DO QUE SENTE POR DENTRO,
MAS MEU PENSAMENTO NÃO VAI SE PERDER.
POIS SEI QUE SOU UM ALVO FÁCIL, DEMAIS, PRÁ VOCÊ.
Luís Sérgio Lico – 1985