Andando pelas rugosidades urbanas
notando as desigualdades humanas
Cheirando a fuligem que me suja
Me dando um barato pra dizer em suma
Sábado é razão pela qual sobrevivem
Aqueles que só falam não lutam existem
Impondo sua class, o desejo, a usura
Ouro quando nasce só causa fissura
Como, falo, vou onde quero
Uso o que quero
Sem contar com essa blindagem que me protege
Visto, vejo, ando onde quero
Tenho o que quero
Sem contar com essa vantagem de possuir
Tirando o roupão do armário repleto
De dor, exploração, vários gritos num eco
Certezas podem se sustentar com tão pouco
Enquanto diferentes são taxados de loucos
Consumindo arte como na Belle Époque
Esperando algo que realmente me toque
Até pareço aqueles que mencionei antes
Olhando no espelho com uma taça de Champagne
Como, falo, vou onde quero
Uso o que quero
Sem contar com essa blindagem que me protege
Visto, vejo, ando onde quero
Tenho o que quero
Sem contar com essa vantagem de possuir