Divisa do tempo
Filho da noite
É a parte que gira, passeia e malandra
Onde há passagem
Revela-se Deus caminhando no asfalto
"mêi" fora do eixo
É o eixo e a boca
Um bocado do mundo
Bem conhece e assiste
Quem sofre o milagre da fome
E, assim como eles
Outros tentam fazer marginal
Em toda porta, altivo
Atesta a vigilância
E, mesmo esquecido
Certamente estará lá
Divisa do tempo
É o filho da noite
É a parte que gira, gira, gira
É o andaril
Exú não é diabo
Não é filho
Muito menos enviado do capeta
De fato
A luz que emana do fogo
Amedronta quem deixa a cabeça ser feita
Mojubá
Laroyê exú
Legbá, pombo n'gila, aluvaiá
O senhor da encruzilhada
Caminhando no asfalto
No alto, no falo
Ou onde você precisar
Divisa do tempo
Boca que gira
Gira
Que boca
Que divisa meu tempo, seu tempo
Tempo de quem precisar
Investigue as pegadas
Da frente, nos lado e das costas
Elevando a cabeça aos céus
E assentando na terra o seu próprio rastro
Exú está parado em frente ao espelho
Conheça, viva, observe e verá
Sentinela de guarda
Na rua é quem guia
Nos ceda licença pra andar
pela estrada de santa luzia
Sentinela de guarda
Na rua é quem guia
Nos ceda licença
Pra que se abram os portais de orún
Sentinela de guarda
Na rua é quem guia
E nas horas difíceis
O sonho não pare em tropeço algum