Botei um vistaço na tropa em reponte
bombeei o horizonte de um verso campeiro
o gado tranqueando o rio grande no passo
no passo, compasso do gateado venho
A manga de chuva, ponteou na divisa,
silhueta de um poncho se abriu sobre as ancas
e lá como eu uma garça solita,
figura no céu uma cruz de asas brancas
Eu trago uma pátria no par das esporas
templada de estrelas colhidas no sul
e outra rangindo por sobre a carona
firmando o sustento, de um bom Paysandu
Por léguas de estrada no apoio do gado
o temo bem sabe que eu tenho fronteira
e os ventos guapeiam no meu campo-mar
galpão que meu poncho sem cor de bandeira
Até a estampa encardida da tarde
ganhou olhos de maio e sismou a empessar
pois se agranda a vvontade de pasto pra tropa
de mate, cambona e desencilhar
Avisto a estência nas léguas que faltam
imagino um anjico campeando nas brasas
fogueando a saudade com a paz do galpão
e a alma da gente se sente nas casas..
Eu trago uma pátria...