Vejo-te cheio de vontade para viver,
Aconteça o que possa acontecer
Tu continuas no teu andamento,
Empenhado, indiferente ao tempo,
Que possas demorar, para lá chegar
Objectivos são traçados, ninguém vai apagar
Não conseguem disfarçar o teu empenho,
Para mau entendedor, fazes um desenho
Vontade, de te dirigires até ao cume,
Afasta-te da suspeita dos suspeitos do costume,
Pondo ao lume más intenções,
Abrindo-te os olhos para falsas ilusões,
Sem pretensões segues o teu destino,
Servindo esta cultura como se fosse um hino
Avançando como a linha do metro,
Com destino sem retorno para um sítio concreto
Concreto, (hum) parece-me confuso,
Dou voltas e voltas, entro em parafuso
Uso palavras na procura da verdade,
Reparo que metade do mundo fode outra metade,
Mundo perdido, foder ou ser fodido,
Não encontras expressão que faça mais sentido
Faz-te à vida, ninguém se vai fazer por ti,
Justifica a razão de estar aqui
Não quero ser juiz nem estar no banco dos réus,
Enquanto escrevo, viajo em direcção aos céus
Não quero que passes pela merda que passei,
Não quero que pagues pelos erros que paguei,
Caro, nem sonhas qual o preço,
Paro, (hum) esqueço
Determinado, enfrento os problemas,
Nunca dominado nem lançado às hienas
Vês? É o que fazem se desistires de vez,
Sugam-te a alma, comem-te vivo,
Hip-hop a minha calma, a rua o meu abrigo,
Perigo, já te trato por tu,
Vou-me agora preocupar com quem me fala mal no cú
Conheço o sofrimento, vivi anos reais,
Quanto melhor conheço os homens, mais gosto dos animais.
(Refrão)
O erro não é, um cais que te amarra,
Mas sim, um farol que te ilumina,
Perfeito não és, nem tu nem ninguém,
É assim, desperta para a vida. (2x)
(Fodasse, tanto suor em nome desta arte e mesmo assim estão sempre a criticar, ah puta que) Paras em todos os apeadeiros
E reparas que só vês interceiros,
Gente igual toda uma a outra,
Sempre o mesmo sítio, sempre a mesma montra,
Contra, tudo aquilo que tu fazes,
Tudo em que te acreditas, as íntimas verdades,
Varres ideias, tornas-te independente,
Compraste um bilhete para um sítio diferente
(Refrão)
O erro não é, um cais que te amarra,
Mas sim, um farol que te ilumina,
Perfeito não és, nem tu nem ninguém,
É assim, desperta para a vida.
Faz como nós, nunca desistas,
A voz, as palavras são as pistas,
Sempre a indicar-te o caminho da verdade,
Anos a fio respirando falsidade,
Conversa da treta, promessas de santo,
Letra escrita preto no branco,
Profecia de rua, contestação,
Nua despida de satisfação.
(Refrão)
O erro não é, um cais que te amarra,
Mas sim, um farol que te ilumina,
Perfeito não és, nem tu nem ninguém,
É assim, desperta para a vida.
Sara Sousa