(é um contrabando)
Ele desce a ladeira arrastando a sandália
Pesada da vida, vida de vale
transporte vida passageira
Vida que não teve sorte, vida que veio do norte
Se espreme na multidão da capital
Capital que acolhe, capital que escolhe
A dedo feito bala perdida
Banalizando interrompendo uma vida (vida)
Que ironia a bala alvejar o baleiro
Que largou sua vida no campo
De longe se escuta um pranto
De quem foi pro ataque no desespero
Já tentou download de santo
e hoje procura um canto
Banho de sal grosso, bênção de terreiro
Mas no kb que segue essa vida
Vida comprada a dinheiro
Da pra compensado e pra tv
Que a vida ensina a fome a comer a que sobra
Negocio de gente (mão de obra)
Desculpe eu não sou daqui
Tive que sair de lá
Já num sei onde eu tô
Onde vim parar?
Desculpe eu não sou daqui
Tive que sair de lá
Já num sei onde eu tô
Onde vim parar?
Me sinto tão estranho aqui
Não me sinto em casa lá
Já nem numa ei quem eu sou sou
Mais num vou voltar voltar
Me sinto tão estranho aqui
Não me sinto em casa lá
Já nem numa ei quem eu sou sou
Mais num vou voltar voltar
Então sobe lá no morro
Avisa pra dinha botar água no fogo
Que hoje é dia de feira
Que eu já perdi meu sotaque de tanto que fui
Pro ataque, já joguei no bicho, joguei capoeira
Vem de rasteira que não pega nada
Correria, carga importada
os cara mete lá no porto
Nike air, pra quem é de quebrada, desbloqueio
Placa adulterada atestado medico
clinica de aborto
É promoção, tem coração é tudo nobre
Mas se for cobre tem lugar pra derreter
E segue a vida assim feito sucata
Desmanchada no quintal que ninguém vê
Desculpe eu não sou daqui
Tive que sair de lá
Já num sei onde eu tô
Onde vim parar?
Desculpe eu não sou daqui
Tive que sair de lá
Já num sei onde eu tô
Onde vim parar?
Me sinto tão estranho aqui
Não me sinto em casa lá
Já nem numa ei quem eu sou sou
Mais num vou voltar voltar
Me sinto tão estranho aqui
Não me sinto em casa lá
Já nem numa ei quem eu sou sou
Mais num vou voltar voltar
Me sinto tão estranho aqui
Não me sinto em casa lá
Já nem numa ei quem eu sou sou
Mais num vou voltar voltar
Me sinto tão estranho aqui
Não me sinto em casa lá
Já nem numa ei quem eu sou sou
Mais num vou voltar voltar
Caguei no mato pra fazer roça ai ele foi
e falou
Ó josé! se você tivesse coragem de ir
pro paraná eu ia da um jeito
de vender o que tem ai as coisinha
que nois tem ai e nois ia
Agora lá meu filho, lá trabalha que nem cavalo!
só que tem uma coisa, come viu?
Eu falei pra ele, respondi pra ele
ai Deus me lembra
É pai se tiver comida pra nois comer
nois trabalha, num tem medo não
então vamos se embora
vendeu e nois vinhemo
No pau de arara que nem ela
é no pau de arara
é 16 dias passou pra chegar