Gosto mesmo é de morrer
Em dia de chuva
Em dia de chuva é diferente
Gosto de achar
Meu corpo já sem vida
Pela sala enchida
De gente
Gosto de aparar
Como em bacia
Toda essa torrente tonta
Em minha carne oca e vazia
E assim frio e sombrio
Sob a luz de uma vela
Gosto de ficar ouvindo a chuva
Seus passos como que de gato
Sobre as telhas
Gosto de morrer
Em dia de chuva
Porque em dia de chuva
É mesmo diferente
Menino, chega a dar
Um arrepio de morte na gente!