Eis que o reduto
Do pobre matuto
É sempre o conduto
Pro louco astuto
Se fazendo de malungo
Te fazer de vagabundo
Dizendo ser oriundo
Da putrefação do submundo
Penso insisto em pensar
Existo pra falar
Pois pensar é não calar
A lastima é o choro
A ausência do socorro
A humilhação de um cachorro
Que se aproxima quando corro
O meu discurso é mudo
Assistido pelo surdo
Esquecido entre tudo
Desprotegido pelo escudo
O sábio é um engano
Conhecido como humano
Vestido de cigano
Um súdito soberano
Garrancho e desenho
Mostrando seu empenho
Neste grande desdenho
Chamado de sonho