O boi carreiro
Que trabalhou no sertão
Puxava toras das matas
Arrastava o carretão
Suas forças redobrava
Com os gritos do patrão
Seu corpo banhado em sangue
Das picadas do ferrão
O boi carreiro
Que teve uma triste sorte
Deixando longe o sertão
Onde o capim era forte
Até que chegou o dia
Que fizeram seu transporte
Aqui na grande cidade
Vieste ao encontro da morte
O boi carreiro
Já não serve ao fazendeiro
Seu destino foi mudado
Foi trocado por dinheiro
E teve um fim tão cruel
Que destino traiçoeiro
Aqui viraste vaca
Na faca do açougueiro
O boi carreiro
Você já foi pioneiro
Puxando carros na estrada
Junto com seus companheiros
Sangrando por dois ferrões
Qual dos dois mais traiçoeiro
Foi o ferrão do destino
Ou o ferrão do carreiro