Meus ancestrais
trazidos em navios negreiros
Muitos morreram de banzo antes de aqui chegar
A boca secava de sede,
caíram no samba para a dor passar
Criaram uma luta nas matas e debaixo do nariz do feitor
Dançavam prá disfarçar,
Batuque, São Bento Grande, Santa Maria,
São Bento pequeno, Iúna, Cavalaria.
É bom e tenho o prazer de dizer sou Afro-brasileiro
Nossa cultura se expande pelo mundo inteiro
Tem até europeu tocando berimbau e pandeiro
Do mundo do açúcar a computadores
Toca-disco, fax, celular,
rádio de pilha, desemprego
Me mande um e-mail prá agente se comunicar
Do mundo do açúcar a computadores
Toca disco, fax, celular,
rádio de pilha, desemprego
Me mande um e-mail prá gente se aquílombar
Hei, black broder
Levante e lute
Na moral
Hei, black broder
Se ligue e lute na moral
E ai Domingo Jorge velho qual é a sua?
O quilombo permanece vivo a luta continua
Na ditadura grandes mestres foram exilados
Seu Rui Barbosa cadê os livros da História que foram queimados?
Na minha cidade 21 de abril é feriado
e 20 de novembro mau é lembrado
Mas mesmo assim trago sorriso no rosto tenho o samba no pé
Sou bamba de capoeira e acredito no meu candomblé
Aro bôbôi ôxum maré
patácuri ôgum comorodé odé
Cabecilhê kaô
Tem muito mais não tenho preconceito
Pelo contrário tenho orgulho estampado no peito
Somos miscigenados por inteiro
salve o povo índio branco áfro-brasileiro
Hei, black broder
Levante e lute
Na moral
Hei, black broder
Se ligue e lute na moral