Fiz um dia um juramento, aqui no meu pensamento
Nem que chova canivete, não saio do meu sertão
Quero ouvir a seriema, grilo, sapo, quero-quero
Ver o sol de sentinela, esperando a lua em vão
Quando eu ía pra cidade, me batia uma saudade
Do cantar dos passarinhos, do meu povo, do meu chão
De ser feliz de verdade, dentro da simplicidade
De escutar folha caindo, do azul, da imensidão
Não há bem que sempre dure
nem mal que nunca se acabe
Já diz o velho ditado: a vida é quem tem razão
Veio o dia da partida, inda trago esta ferida
Choveu canivete aberto dentro do meu coração