Quem canta não desespera
O quanto encanta o profundo
As canções mais que as guerras
Mudam os rumos do mundo
As canções iguais as flores
São sinais de um tempo novo
Só não entendo os cantores
Que não cantam para o povo
Se um homem canta sozinho
Encanta desilusões
Mas o canto abre caminhos
Na marcha das multidões
É preciso dar as mãos
E seguir atrás da banda
Pois a causa da canção
É a força da ciranda
Cantar liberta as paixões
Que o povo guarda na alma
É por isso que os violões
Conseguem calar as armas
Mesmo a miséria se encanta
Liberdade se refaz
Toda a vez que a gente canta
Pelo pão ou pela paz
Ninguém canta, ninguém manda
Tiranos, nem infiéis
Pois o povo em ciranda
É mais forte que os quartéis
É preciso dar as mãos
E seguir atrás da banda
Pois a causa da canção
É a força da ciranda