Num choro lento e tão tristonho
Um tanto medonho
Vejo sobre o leito agarrado ao peito
Uma criança fome que tem fé por nome
Na esperança um dia
De crescer e ser feliz
Eu me apavoro tanto com esta cena
E o pranto vem me dominar
Então deixo cair o manto da mentira
E o santo ajoelha eu vou rezar
Eu rezo sem mordaça o canto dessa raça
Chão, terra, povo irmão
Na oração de vocês que vem na retaguarda
Num mesmo pensamento
Um mesmo sentimento
Amor sem receio algum
Dessa união somos em comum
Os anjos da guarda
No leito a mãe que acalanta
Ri, chora e canta o terço pra dormir
É o que me faz sentir
Na carne a Palavra
Pau, ferro e fogo
Desse povo eu sou também
Amém, só digo é na igreja
E Deus me proteja se eu sigo além
Daquilo que é permitido
Ou que é proibido, eu quero é ser alguém
Eu quero no futuro um sentimento puro
Amor, união e flor
No coração daquele que vem
Na mãe que aguarda
Eu quero ver meu filho
E também muito brilho em seu olhar
Quando ele olhar pra trás e disser
Vem aí o meu pai, meu herói
O meu anjo da guarda