Elas sempre carregam no rosto
um sorriso brejeiro, matreiro,
elas fazem do andar um aviso
que a noite é uma ceia, tão cheia,
elas vivem vestidas de mantas
e tantas miçangas e coisas banais
e os homens ao vê-las cochicham
capricham, se arrumam e vão logo atrás.
Seus ouvidos escutam primeiro
as notícias que o mundo amanhã vai saber
e os amigos, amantes antigos,
sustentam seus modos estranhos de ser
elas fazem de um caso a tragédia
e a comédia começa no incauto freguês
elas sabem que dia após dia
é preciso tentar outra vez.
As meretrizes, as infelizes
carregam por dentro sorrisos dolentes,
doentes e nervos de herói
as tais Marias, moças sombrias