Chamo alguém, ninguém escuto
um silêncio absoluto
envolve meu triste viver
Sinto fugir minha calma
o tédio invadir minh'alma
prenúncio de um cruel louco sofrer
Para mim será o mundo
um calabouço profundo
onde ninguém ouvirá mais os gemidos meus
Qual condenado e aflito
fito o azul do infinito
curvo meu joelho
e numa prece rogo a Deus:
"Senhor, a solidão apavora-me
meu viver é uma cruel melancolia
Invade minha alma uma grande nostalgia
Senhor, pra mim tudo é noite
pra mim não há dia"
Silêncio que rouba minha calma
Silêncio que destrói minh'alma
Silêncio que sinto matar-me em lenta agonia