O medo resume o amargo da boca
A sede amplia a garganta fechada
As horas hoje não querem passar
Preferem esperar o novo dia chegar
Um temor oculto está por aqui
Que se manifesta e não me deixa dormir
Num quarto escuro, lâmpada queimada
Sombras macabras na minha sacada
Tendo fugir mas minhas pernas não vão
Caiu uma gota de sangue na minha mão
Ruídos agudos na porta negra a zunir
Um éco seco na sala sempre a repetir
A cama treme, luz vermelha então surge
No meio do turvo ouço uma voz que ruge
Palavras faladas num idioma estranho
Não entendo nada o pavor é tamanho
Espelho suspenso sobre minha cabeça
Quero que o dia amanheça antes que eu enlouqueça
Risos profanos e gritos de pavor
Invadiu meu quarto vindo do corredor
A porta abriu, o silêncio surgiu
O medo saiu, mas ainda sinto alguém
As luzes dormiram, o vulto voltou
Um vento gelado em mim ficou
Num quarto escuro, lâmpada queimada
Sombras macabras na minha sacada
Tendo fugir mas minhas pernas não vão
Caiu uma gota de sangue na minha mão
Espelho suspenso sobre minha cabeça
Quero que o dia amanheça antes que eu enlouqueça
Risos profanos e gritos de pavor
Invadiu meu quarto vindo do corredor