[1º verso]
Eu sou querido no céu, eu sou amado no inferno
Entre o errado e o certo, eu prefiro ter os dois por perto
Eu sou a luz, sou a sombra
Sou o perigo que ronda
Eu sou a arma da guerra
Eu sou o mar e sou as ondas
Ignorado por anjos, desabafei com demônios
Separei briga dos dois
Eu sou Deus, sou humano
Eu sou o luxo e o lixo
Eu sou o limpo e o sujo
Nem duas caras, nem máscaras, nem em cima do muro
Eu nadei contra a maré
Chão quente, fui a pé
Meus passos descalços
Eu sou Jó, sou Tomé
Eu trago amor, trago a paz
Trago milagres e júbilos
Eu sou o equilíbrio
Eu mato, eu roubo, eu destruo
[Ponte]
Eu tentei me desfazer do ódio
Pensar que a Terra era um bom lugar
Mas a real é que ele que move o mundo
Então vamos lá nos matar
[2º verso]
Eu tive que aprender a viver por aqui
Eu conheci o mal, confesso que eu gostei
Minha visão mudou, quem eu sou? Me perdi
Gostei de enlouquecer, mas tive que voltar
Para não causar dor, para não sentir dor
Tive que suportar, querendo capotar
Tive que apostar, ninguém pra acreditar
Virei ao meu favor, derrubei o tabuleiro
Bueiro pro Estado, pro rato travesseiro
Sonho ou pesadelo
Uma sexta na Lapa lotada chovendo dinheiro
Eu entoquei minha arma
De tanta raiva que tava guardada
Na real o que não faltava era alguém pra usá-la
Eu já cansei de gastar minha energia
Com coisas que eu sabia que não iam andar
Eu acredito que os Deuses abandonaram o barco
Saíram voado ao ver o descontrolado
Estado de calamidade solto entre as cidades
E a sua finalidade
E o que fazer, por que fazer, quando fazer
São coisas que só importam pra mim
E o que fazer, como fazer, quando fazer
São coisas que só importam pra mim
[Ponte]
Eu tentei me afogar no ódio
Pensar que a Terra não era um bom lugar
E a esperança que ele não move o mundo
Estamos prontos pra recomeçar