Adverso Blek & Penkal Quem eu sou? Eu não sei
Aonde eu vou? Também não sei
No role desmoronei
E no rap eu me encontrei
No meio desse role tentando achar uma explicação
Por que me sinto tão sozinho no meio da multidão
Tentando me forçar a não ter ninguém o coração
Com todo esse falso prazer me afogando em aflição
Já cansei de ficar rodeado de mina que só quer meter
Pessoas de plastico que não são o que querem ser
Tô cansado de falar e ninguém me entender
Mas é aos poucos que me entendem que eu volto a escrever
Em meio à esse caos em conflito com a minha mente
Tentando me encontrar mas me vejo ausente
Tentando voltar pro mundo que se encontra a minha frente
Mas esse mundo só me traz pra esse inferno novamente
A cada madrugada me encontro mais errado
Procurando algum prazer nesse ninho de pecado
Mas como me livrar se esse é meu refugio
Consciência limpa com meu espírito cada vez mais sujo
Fugindo da realidade com psicoativos
Com goles e drogas se tornando curativos
Baile lotado, copo cheio e mente nunca vazia
Pensando até onde vou chegar em buscar de alegria
Cheguei nesse caos olhando ao redor só desespero
Mataram um inocente e o pior, não é o primeiro
Desespero e pavor se espalhando no ar
Medo e temor se encontra no olhar
Pra vida real procuro ponte e só encontro muro
Mas das feridas diárias é aqui que eu me curo
Me entorpecendo no presente sem pensar no futuro
Mas depois de um role já não me sinto mais tão puro
Cheguei até aqui e nem sei o que eu procuro
Mas pra eu não desabar é aqui que eu me seguro
Vejo tanta gente e é ai que eu me misturo
E no final acabo sendo só uma sombra no escuro
Quem eu sou? Eu não sei
Aonde eu vou? Também não sei
No role desmoronei
E no rap eu me encontrei
Quem eu sou? Eu não sei
Aonde eu vou? Também não sei
No role desmoronei
E no rap eu me encontrei
Me encontrei mas me perdi novamente
Conflitos tão loucos que nem o Blek entende
Sei quem são os braços mas a mão ninguém estende
Com a mente a milhão, ao que se rende?
Rente ao meio fio
Onde tem vários caídos tio, quem viu viu
Se o medo habita os ossos, sigo frio
E o que guardei pra mim é o que tenho refletido
Peso na consciência deixa o peito abatido
Eu e eu sozinho entro em conflito
Sozinho, dificulta o convívio
Com a fumaça saindo, sinto um alívio
E o peito leve
Eu no caos
A paz de greve
Me sinto em maus
Porque a sobriedade ta distante
Voei no breu, me estourei foi no restante
E alguém morreu
Sei que era um semelhante
Colo no Santão, em cada olhar vejo tristeza no semblante
No copo escorre o álcool mas na rua escorre o sangue
Nem vem cola com nós, sei que você não aguenta o bang
Por fora o que dói é a morte dos amigo
Por dentro eu sei, corrói, sempre aflito
E com dispo pra troca
É, postura eles me cobra
Portando postura de cobra
Aqui é nós por nós é só a rua que me cobra
Em terra de cobra cega
Não mata mas amola a foice, é o que alega?
Aqui em cada rosto eu só vejo aversão
Juntei minhas neurose e joguei nesse refrão
Mas em cada gole cê busca aceitação
Eu em cada verso busco seu coração
Eu quero fazer um som, vocês quer fazer fumaça
A diferença é que o som fica e sua brisa passa, parça
Foco nisso pra me manter eterno
Foco no fogo enquanto queima meu caderno
A parte que me mata e a parte que me separa
Dualidade é quem escolhe quem dispara
Insanidade de quem da tapa na cara
Contra a afronta de quem da a cara a tapa
Sem medo e em sintonia com o universo
Se paro pra pensar, sozinho eu tô disperso
Astral insano, nem aguento os meus verso
Vazio por dentro faz nos sermos adversos