Peito apertado, um bastardo alertado do fim de tudo
Um dia pro fim do ar puro, filho vamos pro digimundo
Sem fé nos seus, olha lá Deus, o mais novo moribundo
Cantarola bêbado com o diabo, concorrente oriundo
Peles machucadas, marcadas, lavadas com sol ardente
Doenças novas pro lucro da farmacêutica indecente
Solenemente repelente, tem praga frequentemente
A criança chora, pulmão aperta... folego insuficiente
Latente, quem tem patente furta pra comprar leite
Próximo ao fim, sou aladdin, só um pedido: me aceite!
Nunca tem água, minha mãe morreu de sede, cacete!
Quem confiou só em si, puxou pra si o tapete
Daqui a pouco te revelo o que fiz até o último instante
Ofegante, sofro de pensar na morte dupla das gestantes
Irônico, não tem mais guerra nessas horas restantes
O medo plantou sinceridade em vários destes semblantes!
A hora vai passar e como vou suportar
Tá ficando mais difícil de respirar
Jogado a Deus dará, não adianta implorar
Quisera eu ter um plano pra quando tudo acabar
A hora a fora, árvore vira tora
Não planejei lástima o tempo corre sem espora
Vou sem demora, e a caixa de pandora
Já libertou seu mal, a maldade jorra
Memória estranha, meu filho me acompanha
Eu apenas digo que o amo, não tenho mais artimanha
Na tarde procuro um lugar com menos lixo pra ficar
Eu e alguns amigos queridos unidos sem suplicar
Sem agigantar dor em "fa", trouxe fotos pra recordar
Datas que apenas o governo queria nos sufocar
As fábricas venceram a fotossíntese
Sintetizo a forma do apocalipse
A ganância cresceu tanto
Que não passa na marquise
Equalizei a imundice pra escutar o que satan disse
Ela não volta avise
Pro chapeleiro louco que se perdeu da alice
A hora vai passar e como vou suportar
Tá ficando mais difícil de respirar
Jogado a Deus dará, não adianta implorar
Quisera eu ter um plano pra quando tudo acabar
Passou das sete, tô fazendo um frete
Te entrego o futuro, e não é maquete
Não tem claquete, não rola reset
Me diz quem investe, isso é um teste?
Deus morreu sem prece, como vou ter tese
O ar expirou, a raça perece
Agora minutos são menos de sete
Meu filho se retorce isso não é um teste
O pulmão é menor, assisto ele morrer
Tô sofrendo tanto, é difícil de ver
Eu grito tanto, não vou me conter
Tudo se apagando, quem pra socorrer
Olhos vão fechando, sem me mover
Me sentindo leve, não vou mais sofrer
Abro os olhos olho, sigo a escrever
Foi uma visão, poucos podem ter