O palhaço foge do leão
O leão do domador irritado
O domador do público desapontado
Pela tristeza do espectáculo
Amadeu, o tratador de elefantes
Cobra bilhetes diferentes
Às pessoas inocentes
Que pensam ser este o verdadeiro espectáculo
Mais à noite, quando Amadeu
Conta o dinheiro desonesto
É surpreendido por um presto apresentador
do espectáculo
Amadeu, Amadeu
Não o queiras nunca
Não queiras que não é teu
Cristina, que penteia o cabelo
Na sua petit maison
É assaltada pelo som
Do estalo de um chicote
E um grito de dor
Au!
Cristina, a boazona trapezista
Conquista antiga de Amadeu
Não passa agora de um troféu
Abandonado no espólio do tratador
Agora é que Cristina compreendeu
Que é Amadeu que leva com o seu
Busca o punhal lá na carroça
Mata de um presto, mas fá-lo por amor
Amadeu, cobarde conquistador
Rende-se aos encantos da matadora
Que por ser bela e tentadora
Trá-lo de volta à razão
A fuga não estava marcada
A vida já estava traçada
E os dois foram guiados
Por imprevisível condição
Amadeu, não queiras nunca,
Não queiras nunca
Não é teu
Amadeu, não queiras nunca
Não, não, não