Fechado em sua redoma, seu cofre, seu cadeado
Pensas que assim está garantido e perdoado
Não se magoa, não, pois fecha as suas mãos
Tapa boca, ouvidos, mantém os olhos fechados
Tem fina educação, família de tradição
Deprecia ou venera, reflexos de ilusão
A salvação que alegra na disforme inversão
Cuidado com o que diz, cuidado com o que faz,
Pra não perturbar a paz....
Quantas mentiras mais vão confortar-me
De maciez que me envolve em todo
Quantas mentiras mais vão confortar-me
Pinta a pele, rasga a carne e quebra o osso
Não me diga nada daquilo que não acostumei ouvir
Minta, omita, me domestique, só assim que eu sei viver
Não diga; Eu não quero ouvir
(A verdade dói)